Análise da cena da Alcoviteira no Jing

domingo, 28 de fevereiro de 2010
Ouçam e observem estes videocasts com a análise da Cena da Alcoviteira.

É uma forma de continuar a aprender através da repetição da aula que a professora vai dar; assim não há forma de esquecer e há tempo para fazer registos com calma.


Cena da Alcoviteira parte 1 2010-02-28_1708
Cena da Alcoviteira parte 2 2010-02-28_1722
Cena da Alcoviteira parte 3 2010-02-28_1732

Auto da Barca do Inferno - Cena da Alcoviteira

sábado, 27 de fevereiro de 2010

Após o visionamento dos videocasts anterior com toda a explicação da cena da Alcoviteira, e da leitura dramatizada da cena acompanhada, como habitualmente, das explicações da professora, resolvam o questionário de compreensão da cena, bem como as questões sobre as orações subordinadas.

Análise esquemática da cena (resposta ao questionário)

A Alcoviteira (Brízida Vaz)

Símbolos Cénicos:

- seiscentos virgos postiços (hímenes das virgens)

- três arcas de feitiços

- três armários de mentir

- jóias de vestir

- guarda-roupa

- casa movediça

- estrado de cortiça

- dois coxins

(todos estes símbolos representavam a sua actividade de alcoviteira ligada à prostituição)

Tipo:

- alcoviteira

Quando o Diabo sabe que é Brízida Vaz que está no cais ele fica:

- contente: sabe que ela tem muitos pecados e por isso é mais passageira para a sua barca

- surpreso / admirado : não esperava por ela tão cedo

- surpreendido

Com o campo semântico da mentira ela revela que:

- é hipócrita

- tenta fazer-se de vítima perante o Diabo para convencê-lo do q lhe interessa

- hábil mentirosa

Quando o Diabo a convida a entrar ela:

- diz, com alguma arrogância, que não entra sem o Fidalgo

Perante o Anjo, Brízida Vaz usa outras tácticas:

- a sedução: muda o seu tom de voz tentando seduzir o Anjo

- usa vocabulário de cariz religioso: para o Anjo ter pena dela

Quando fala com o Anjo, ela usa um vocabulário de cariz religioso para:

- ele ter pena dela

- a deixar entrar na sua Barca

- a achar uma boa pessoa

Argumentos de Acusação:

- viveu uma má vida (prostituição)

Argumentos de defesa:

- diz que já sofreu muito

- que arranjou muitas “meninas” para elementos do clero

Caracterização de Brízida Vaz:

- chegando ao cais na barca do Inferno, recusa-se a entrar sem o Fidalgo, provavelmente eram conhecidos

- diz que não é a barca do Diabo q procura

- leva vários elementos cénicos relacionados com a sua profissão de alcoviteira

- está sempre confiante de que vai entrar na barca do Anjo

- defende-se dizendo que sofreu muito, como ninguém, que arranjou muitas “meninas” para elementos do clero e que está orgulhosa por ter arranjado “dono” para todas as suas “meninas”

- quando vai à barca do Anjo muda completamente a sua atitude, usando mais o vocabulário de cariz religioso e tentando seduzir o Anjo e fazer-se de boa pessoa

Desenlace:

- Inferno


Podcasts a partir dos diálogos produzidos pelos grupos

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010



Espero que gostem do resultado final das vossas gravações, após algumas complicações técnicas...!

Cena do Frade

sábado, 20 de fevereiro de 2010

Resolvam este questionário a partir da leitura da cena do Frade, a personagem-tipo que revela uma imagem decadente da instituição da Igreja, na época de Gil Vicente.

Análise esquemática da cena (resposta ao questionário)

O Frade (Frei Babriel)

Símbolos cénicos:

- hábito de frade

- escudo

- capacete

- espada

- moça (Florença)

Equipamento de esgrima

Críticas com esses símbolos:

- desajuste entre a vida religiosa e a vida que ele levava ( vida mundana)

- os símbolos representavam a vida de prazeres que ele levava, o que o afastava do seu dever à crítica religiosa

Tipo:

- clero (mundano)

Argumentos de Acusação:

- era mundano

- não respeitou os votos de castidade e de pobreza

O Frade não nega as acusações feitas, pois:

- pensa que o facto de ser Frade e o seu hábito o vão salvar dos seus pecados

Argumentos de Defesa:

- ser Frade

- rezou muito

Apresenta-se cm cortesão:

- o que revela q ele frequentava a corte e os seus prazeres, era um frade mundano

“Gentil padre mundanal”:

- contradição: encontra-se na palavra “mundanal” e “gentil”

- o Frade deveria ser uma pessoa dedicada à alma, ao espírito, mas é mundanal, vive os prazeres do mundo, por isso existe aqui uma contradição

“Diabo-(...) E não os punham lá grosa / no vosso convento santo?

Frade- E eles faziam outro tanto!” revela que:

- havia uma quebra de votos de castidade ao hábito comum entre eles

- esta afirmação alarga a crítica a toda a classe social, pois o Frade é uma personagem tipo, representando toda uma classe social

Uso do facto de ser Frade naquele tempo:

- pretende mostrar que o clero se mostrava superior

- poderia fazer o que quisesse sem ser condenado

- mal-estar na sociedade por serem cada vez mais frequentes os Frades ricos e poderosos

O Anjo recusa-se a falar com o Frade porque:

- tem vergonha do seu réu

- não tinha coragem de falar com alguém do clero com tantos pecados (repugnante)

Frade aceita a sentença porque:

- viu que o Anjo não quis falar com ele

- porque não cumpriu as regras que deveria ter cumprido

- se o Anjo se recusa a falar com ele é porque todos os seus pecados foram graves

Caracterização do Frade:

- auto-caracteriza-se “cortesão” (frequentava a corte) o que entra em contradição com a sua classe

- sabe dançar tordilhão e esgrimir às qualidades típicas de um nobre

- é alegre pois chega ao cais a cantar e a dançar

- tal como os outros Frades não cumpriu o voto de castidade nem de pobreza, como se comprovava com as suas palavras

- está convencido que por ser membro da Igreja tem entrada directa no Paraíso

- personagem tipo através da qual se critica o clero

Desenlace:

- Inferno





Auto da Barca do Inferno - Cena do Sapateiro

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010



À leitura dramatizada da cena do Sapateiro, segue-se esta ficha de trabalho que deverão realizar na aula de hoje. ACTIVIDADE DE ESCRITA - TEXTO UTILITÁRIO O Sapateiro tenta provar ao Anjo o seu mérito e o seu direito à barca da Glória. Imagina que, em vez de o fazer de viva voz, trazia consigo um documento - o seu Curriculum Vitae.

Este é um documento (não neste formato, claro!) que vos vai ser muito útil de futuro. Descarreguem este modelo de CV para praticarem o seu preenchimento, apenas com as informações que se aplicam a vocês.

Análise esquemática da cena (resposta ao questionário)

O Sapateiro (Joanatão)

Símbolos Cénicos:

- avental: simboliza a profissão

- carregado se formas de sapatos: simbolizam a sua profissão e vem carregado pelos seus pecados

Tipo:

- povo (artesão)

Argumentos de acusação:

- roubava

- enganava

- religião mal praticada

Argumentos de defesa: (práticas religiosas)

- rezava e ia à missa (o fidalgo usou a mesma defesa)

- fazia ofertas à igreja

- confessava-se

- fez todas as práticas religiosas

Crítica feita por Gil Vicente a todas as rezas:

- forma superficial de como os católicos praticavam a religião

- julgavam que as rezas, missas, comunhões, tinham mais valor que praticar o bem

Desenlace:

- Inferno


Auto da Barca do Inferno - Cena do Parvo

sábado, 6 de fevereiro de 2010

Joane, o Parvo

«O parvo Joane é uma figura singular. Desde logo, porque dispensa símbolos cénicos.
É verdade que, tal como os restantes mortos, não tem acesso à barca do Anjo; mas não é objecto da condenação sistemática que todas as outras personagens sofrem. Talvez por, já em vida, se haver colocado à margem de compromissos com o mundo terreno, não revela em cena qualquer temor face ao destino que, depois da morte, o espera.
A sua presença constante em palco permite-lhe intervir, a cada passo, com uma sinceridade desconcertante e bastante cómica.»

Cf. José Augusto Bernardes, Sátira e Lirismo no Teatro Vicentino, Lisboa, Ed. INCM, 2006 [adaptado]

Após a leitura da cena e desta introdução, resolvam este questionário.

Lanço-vos ainda um outro desafio para deixarem em forma de comentário:
Se Joane trouxesse símbolos consigo, quais poderiam eles ser?

IMPORTANTE

Aqui fica mais um resumo de cena para auxiliar o vosso estudo e corrigir/ completar as vossas respostas:

O Parvo (Joanne)

Tipo:

- povo (uma pessoa pobre de espírito)

Não tem referência ao passado porque:

- não agiu com maldade

- não tem pecados

Símbolos cénicos:

- não traz porque os símbolos cénicos estão relacionados com a vida Terrena e os pecados cometidos

- o Parvo não tem qualquer tipo de pecados

Argumentos de defesa:

- Anjo: tudo o que fez foi sem maldade e é simples

O Parvo não usa qualquer tipo de argumento para convencer o Anjo a deixá-lo entrar no Paraíso porque:

- não teve tempo de dizer nada, a sua entrada naquela barca foi autorizada de imediato

- o Anjo deixa-o entrar porque tudo o que fez foi sem maldade

“Quem és tu? / Samica alguém”:

- revela a sua simplicidade

- a resposta está relacionada com o seu destino q é o Paraíso

Caracterização desta personagem:

- não traz símbolos cénicos com ele porque não tem qualquer tipo de pecados

- com simplicidade, ingenuidade e graça, auto-caracteriza-se ao Diabo como “tolo”

- queixa-se de ter morrido

- as suas atitudes ao longo da cena são descontraídas, o que irrita o Diabo que o quer na sua barca

- o Diabo é insultado por ele

- esses insultos revelam a sua pobreza de espírito

- apresenta-se ao Anjo com “Samica alguém” e este diz-lhe q entrará na sua barca, porque tudo o que fez foi sem maldade

A minha opinião sobre esta cena:

- tem uma intenção lúdica: fazendo divertir quem está a assistir a esta peça

- também tem uma intenção de crítica: dizendo q os parvos são pessoas pobres de espírito e não têm intenção de fazer mal

- ajuda muito na crítica e faz os cómicos

Desenlace:

- fica no caís e entra com os Quatro Cavaleiros