Mapas conceptuais das cenas do Auto da Barca do Inferno

quarta-feira, 24 de março de 2010
Liliana


Daniela e Catarina
Américo e Tiago

Daniel Freire


Tiago e Américo


Daniel Freire



Daniela e Catarina



Ivo e Daniel Mineiro



Mapas conceptuais do Auto da Barca do Inferno

sábado, 13 de março de 2010

Proponho-vos agora uma actividade diferente: a partir deste Mapa de Conceitos elaborado por um colega vosso de outra escola sobre o Auto da Barca do Inferno, elaborem, em grupos de dois, uma Mapa de Conceitos semelhante, mas por "cena", apoiando-se nas sínteses que acompanham os questionários das cenas.

Para começar, devem fazer o download do programa C-maps, a partir deste link; depois devem seleccionar os conceitos-chave da cena escolhida por grupo, a saber:

Américo e Tiago: Fidalgo e Onzeneiro
Ivo e Daniel Mineiro: Sapateiro e Parvo
Catarina e Daniela: Parvo e Frade
Rafael e Liliana: Alcoviteira e Judeu
Daniel Freire e Rui: Enforcado e Quatro Cavaleiros
Vanessa: Introdução

Questionário global - consolidação do estudo da obra


Para consolidar o estudo da obra de Gil Vicente, vão hoje realizar duas actividades interactivas que encontram na barra lateral, denominadas de «Actividades Interactivas sobre Gil Vicente e o Auto da Barca do Inferno»: Hotpopatoes da leitura integral e das personagens.
Coloquem as vossas pontuações numa caixa de comentário, por favor.

Gigas de pontos!

Auto da Barca do Inferno - Cena dos Quatro Cavaleiros


Terminada a leitura do Auto da Barca do Inferno, resta-nos a interpretação da última "cena" do texto.
Para tal, e após as explicações dadas na aula, deverão responder a estas questões.

É importante que leiam este breve texto sobre as Cruzadas, para vos ser mais fácil contextualizar a "cena":

Espírito de Cruzada
O espírito de cruzada corresponde, por um lado, aos interesses do rei de Portugal, mas é também (e talvez sobretudo) um impulso cultural e religioso que se enquadra na mentalidade da época. Hoje, essa atitude custa a entender, à luz de valores modernos e humanistas. Mas, num século ainda fortemente influenciado pelo legado medieval, lutar "contra os mouros" era uma espécie de destino e de obrigação dos cristãos.

Fonte: Língua Portuguesa CEF, Porto Editora



SÍNTESE DAS INFORMAÇÕES DA CENA (resposta ao questionário)


Os Quatro Cavaleiros

Símbolos Cénicos:

- hábito da ordem de Cristo

- espadas

Tipo:

- cruzados

Argumentos de Defesa:

- dizem que morreram a lutar contra os mouros em nome de Cristo

Quando chegam ao cais chegam a cantar. Essa cantiga mostra:

- aos mortais que esta vida é uma passagem e que terão de passar sempre naquele cais onde serão julgados

Os destinatários desta mensagem são:

- os mortais

- os Homens pecadores

Nessa cantiga está contida a moralidade da peça porque:

- fala da transitoriadade da vida

- fala da inavitabilidade do destino final

- fala do destino final que está de acordo com aquilo que foi feito na vida Terrena

Os cavaleiros não foram acusados pelo Diabo porque:

- merecem entrar na barca do Anjo

- morreram a lutar pela fé cristã, contra os infiéis, o que os livrou de todos os pecados

- esta cena revela a mentalidade medieval da apologia do espírito da cruzada

Desenlace:

- Barca do Anjo


Auto da Barca do Inferno - Cena do Enforcado

sábado, 6 de março de 2010

Relativamente à "cena" do Corregedor e do Procurador, que antecede ao do Enforcado, faremos apenas a sua leitura dramatizada e teceremos alguns comentários a estes tipos.

Vamos dedicar a aula de hoje à leitura do Enforcado, resolvendo depois este questionário. Para contextualizar a cena e o tipo em questão, é importante que leias este texto sobre a abolição da pena de morte.


Síntese das principais informações das cenas (resposta ao questionário)


O Enforcado

Símbolos Cénicos:

- baraço (corda que traz ao pescoço)

Tipo:

- povo (criminoso condenado)

Argumentos de defesa:

- ele havia sido perdoado por Deus ao morrer enforcado

- já tinha sofrido o castigo na prisão

- Garcia Moniz tinha-lhe dito que se se enforcasse iria para o paraíso

Argumentos de Acusação:

- o crime que cometeu (ser criminoso)

- ser ingénuo


O Corregedor e O Procurador

Símbolos Cénicos:

- Corregedor: vara e processos

- Procurador: livros jurídicos

Tipo:

- Corregedor: Juiz corrupto

- Procurador: Funcionário da Coroa corrupto

O Diabo cumprimenta o Corregedor com “Oh amador de perdiz” porque:

- era uma pessoa corrupta

- a perdiz era um símbolo de corrupção

A forma de como o Corregedor inicia diálogo com o Diabo aproxima-se da forma com o Fidalgo também o fez

O Corregedor usa muito o Latim porque:

- é uma língua muito usada em direito

O Diabo responde-lhe em Latim Macarrónico porque:

- era para ridicularizar a linguagem utilizada na justiça

- para mostrar que essa linguagem não servia de nada

- poderiam sobre falar bem Latim mas não sabiam aplicar as leis

O Corregedor pergunta “Há’ q-ui meirinho do mar?” porque:

- ele estava habituado a ser servido

O Corregedor pergunta se o poder do barqueiro infernal é maior do que o do próprio Rei porque:

- ele na Terra tinha um grande poder

- não admitia que mandassem nele

Argumentos de acusação do Procurador:

- não tem tempo de se confessar

Argumentos de acusação do Corregedor (o Diabo acusa-o de):

- ter aceitado subornos (ser corrupto)

- ter aceitado subornos até de Judeus (muito mal vistos naquele tipo)

- confessou-se mas mentiu

Argumentos de defesa do Corregedor:

- era a sua mulher que aceitava os subornos

Acho que o argumento usado de defesa do réu foi:

- errado

- o Diabo saberia de tudo

- ele não deveria estar a mentir

- não devia estar a acusar a sua mulher porque depois também ela era condenada

“Irês ao lago dos danados / e verês os escrivães / coma estão tão prosperados” quer dizer que:

- o Corregedor, quando for para o Inferno, vai encontrar os seus colegas (Homens ligados à justiça)

Gil Vicente julgou em simultâneo o Corregedor e o Procurador porque:

- ambos passavam informação

- ambos faziam parte da justiça

(havia cumplicidade entre a justiça e os assuntos do Rei, ambos eram corruptos)

A confissão para eles:

- não era importante: só se confessavam em situações de risco e não diziam a verdade

Quando o Corregedor e o Procurador se aproximam do Anjo, ele:

- reage mal

- fica irritado

- manda-lhes uma praga: atitude nada normal do Anjo

O Parvo acusa-os de:

- roubar coelhos e perdizes

- profanar nos campanários: levavam a religião de uma forma superficial

Desenlace:

- Inferno

No Inferno o Corregedor dialoga com Brízida Vaz porque:

- já se conheceriam da vida terrena



Auto da Barca do Inferno - Cena do Judeu

quarta-feira, 3 de março de 2010

Antes da análise desta cena, é importante fazer uma breve contextualização à História dos Judeus em Portugal, para perceber por que motivo esta personagem é incluída neste Auto.

Para tal, começamos por consultar os seguintes recursos:

-Os Judeus em Portugal
-Questão Judaica em Portugal

De seguida, vejamos este "filme" engraçado criado por um grupo de alunos, com o resumo da cena.




Agora sim, procedemos à leitura integral da cena e resolvemos este questionário de compreensão e sistematização da análise.

Para resolver este questionário, é ainda importante ler estes dois pequenos apontamentos:

1. O bode do Judeu
O símbolo cénico transportado pelo Judeu, o bode, tem origem numa tradição que atravessa várias épocas e religiões: o sacrifício de animais em honra de deuses. A expressão "bode expiatório" significa, hoje, sacrificar alguém, atribuindo-lhe culpas de algum procedimento menos correcto, assim, libertando outros de suspeitas ou consequências. Próxima desta expressão, em sentido, está uma outra tantas vezes ouvida: "pagar o justo pelo pecador".

2. A posição de Gil Vicente perante os Judeus
Quanto aos Judeus, que ora são satirizados segundo o padrão dos preconceitos demagógicos, observados de forma realista e despreconceituosa (...)a carta de D. João III talvez mostre que, sem pôr em causa uma atitude religiosa anti-hebraica, Gil Vicente se mantinha favorável à política de assimilação tolerante que fora a de D. Manuel e que só a partir de 1531 deixou de ser a de D. João III.
António José Saraiva
História da Literatura Portuguesa, Porto Editora


Síntese das principais informações sobre a cena (resposta ao questionário)


Judeu (Semah Fará)

Símbolos Cénicos:

- bode: representa a sua religião

Tipo:

- Judeu

Logo que chega ao cais o Judeu dirige-se para a barca do Inferno porque:

- sabe que não será aceite na barca do Anjo, já que em vida nunca foi aceite nos lugares dos Cristãos

- os Judeus eram muito mal vistos na época e nem poderia admitir a hipótese de entrar na barca do Anjo

Para entrar na Barca do Inferno ele usa:

- o dinheiro

Ele usa o dinheiro porque:

- era uma forma de mostrar que os Judeus tinham grande poder económico e que estavam ligados ao dinheiro

O Judeu recusa deixar o bode em terra porque:

- quer ser reconhecido como Judeu

- não recusa a sua religião

Argumentos de acusação (o Parvo acusa-o de):

- roubar a cabra

- ter cometido várias ofensas à religião cristã e à igreja, comendo carne no dia de jejum

- ser Judeu

Em termos de contexto histórico essa acusação:

- revela que os Cristãos odiavam os Judeus

- acusavam-nos de enriquecer à custa de roubos de Natureza diversa

- acusavam-nos de ofender a religião católica, cometendo diversas profanações

Desenlace:

- fica no cais (porque ninguém o quer)